Uma NOVA variante do Covid pode estar relacionada aos casos de surto de hepatite em crianças

Cientistas britânicos tem buscado associação do aumento do número de casos de hepatite com o coronavírus

 

Estima-se que cerca de 345 milhões de pessoas vivam com o vírus da hepatites B e C, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As hepatites são definidas como um grupo de doenças que provocam inflamação no fígado. A doença é rara em crianças e jovens e muitas vezes silenciosa devido à falta de testagem para a doença.

A hepatite aguda é a inflamação do fígado, medida pelos níveis de uma enzima chamada SGPT que é liberada quando o órgão sofre algum dano.  Pode ser causada por vários motivos, mas é mais comumente desencadeada por infecção por hepatite A, B, C, D ou E.

Além desse dado preocupante, recentemente, um surto de hepatite aguda vem acometendo crianças.

O que foi observado é que até agora nenhuma criança apresentou os vírus típicos da hepatite.

Alertas feitos pela OMS, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano e outras instituições de saúde indicam que os mais de 200 casos contabilizados em crianças, em mais de 12 países, podem estar ligados particularmente a uma nova variante do COVID ou um adenovírus, vírus do resfriado comum, o tipo 41, que foi detectado em mais das 70 crianças doentes.

 

Teorias investigam relação de variantes a casos de hepatite

 

Uma das teorias investigada, mas ainda sem evidências é a de que o aumento de casos de hepatite em crianças está relacionado a alguma variante emergente da Covid. A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido listou como uma das opções do aumento de casos de crianças de um mês a 16 anos em mais de 12 países com inflamação hepática.

O primeiro aviso sobre a gravidade da hepatite em crianças foi dado em 21 de abril, depois que lesões hepáticas passaram a ser vistas em pacientes pediátricos, desde então, o problema vem sendo classificado como “hepatite aguda de causa desconhecida”. Vale reforçar que, mesmo depois da possível relação entre o adenovírus e a hepatite aguda no público infantil, as investigações sobre o agente causador desse surto da doença continuam.

O que chama atenção é que o adenovírus, que é da família de vírus comum e que geralmente causa resfriado, dificilmente leva à hepatite, muito menos em se tratando de crianças saudáveis, que é o que vem acontecendo.

E o que mais impressiona é que algumas dessas crianças precisaram de transplante de fígado. Outro fato que tem despertado interesse é com relação aos sintomas, que tem sido um pouco diferentes. As crianças têm apresentado primeiro diarreia e posteriormente desenvolveram cansaço, náuseas e vômitos. Os casos habituais de hepatite não surgem com diarreia; geralmente as queixas são náuseas, dor abdominal e perda de apetite.

Outra curiosidade observada no surto é que a doença parece estar afetando mais as crianças menores de cinco anos do que outras e são elas que parecem estar desenvolvendo doença grave.

A infecção comum da hepatite A geralmente não afeta essa faixa etária porque eles recebem anticorpos da mãe.

Em crianças, geralmente desencadeiam uma doença leve, as hepatites virais comuns, em crianças, e costumam ser assintomáticas.

A principal diferença entre a hepatite que vem acometendo o público infantil e as demais já conhecidas está no fato dela se manifestar, de forma aguda com sintomas de febre, náuseas, vômito, fadiga, perda de peso ou de apetite, dor abdominal, urina escurecida, fezes de cor clara, dores nas articulações e icterícia. As hepatites se caracterizam por serem silenciosas, mas quando ocorrem os sintomas são os mesmos que vêm sendo observados nos casos de hepatite aguda em crianças.