Doença de Alzheimer: entenda ligação entre os níveis de amiloide beta e a doença

O primeiro estudo descrevendo Doença de Alzheimer foi publicado há mais de um século. Pesquisas atuais apontam que níveis plasmáticos de beta-amiloide podem indicar risco de demência

 

A doença de Alzheimer (DA) é uma patologia que, atualmente, representa a forma mais comum de demência em idosos. Em 2011, as estimativas indicavam 24 milhões de pessoas acometidas no mundo, e prevê-se que, até o ano de 2030, este número atinja 72 milhões. Atualmente, estima-se que um milhão de pessoas sofram desta doença no país.

As doenças neurodegenerativas são patologias caracterizadas pela destruição irreversível de certos neurônios, o que leva à perda progressiva e incapacitante de determinadas funções do sistema nervoso.

O diagnóstico definitivo de Alzheimer requer o diagnóstico clínico e detecção post mortem e pode ser estabelecido com 95% de confiança baseado em critérios clínicos, incluindo histórico médico, testes laboratoriais e de imagem e avaliação neuropsicológica. Já a análise antecipada da doença ainda é difícil porque os sintomas iniciais são compartilhados por uma série de desordens, incluindo formas mistas de demência e depressão. Sendo assim, uma área promissora de pesquisa é o diagnóstico bioquímico de DA e formas mistas de demência, em que se utilizam o líquor, plasma ou sangue de pacientes.

Os sintomas relatados incluíam falhas na memória recente, problemas comportamentais e de linguagem. De maneira geral, observa-se na DA o comprometimento das capacidades cognitivas dos pacientes, o que tende a tornar-se mais significativo com o passar dos anos. A memória recente é a primeira a ser afetada, porém outras habilidades também são comprometidas com o progresso da doença, como, por exemplo: a capacidade de realizar cálculos e de usar objetos e ferramentas que fazem parte do cotidiano da pessoa acometida pela doença.

Tipos de Doença de Alzheimer

Atualmente, podem ser diferenciadas duas formas de Doença de Alzheimer: a DA de início tardio (LOAD – do inglês, Late Onset Alzheimer’s Disease) e a DA familiar (FAD – do inglês, Familial Alzheimer’s Disease). A FAD é caracterizada por ser de surgimento prematuro, e, por isso também é chamada de DA de início precoce (do inglês, Early Onset Alzheimer’s Disease ), ocorrendo antes dos 60 anos, com uma forte componente genética e representando de 1% a 6% de todos os casos de DA. Já a LOAD, a forma mais comum da doença, é caracterizada por ser de advento tardio (após os 60 anos) e possui um arquétipo muito complexo. Ambas as formas da doença são definidas pelas mesmas características patológicas, principalmente o decréscimo das funções cognitivas, afetando, sobretudo, a memória recente, a linguagem, a capacidade de julgamento, a atenção e as funções executivas.

Um dos substratos neuropatológico da doença de Alzheimer é a presença de placas amiloides. As placas senis são depósitos extracelulares esféricos de agregados insolúveis da proteína beta-amiloide, localizadas, inicialmente, no sistema límbico (hipocampo, córtex entorrinal, amígdala e em algumas áreas corticais e subcorticais). Os emaranhados neurofibrilares são agregados intracitoplasmáticos de filamentos helicoidais pareados, compostos pela proteína Tau hiperfosforilada.3 As placas senis são derivadas de peptídeos A-beta (beta-amiloides) formados a partir da clivagem da proteína precursora amiloide (APP) pela enzima alfa-secretase seguida da gama-secretase (via amiloidogênica), gerando fragmentos peptídicos com alto potencial tóxico, pois podem se agregar, levando à formação de placas amiloides insolúveis. Na doença de Alzheimer, a A[beta]40 (ou seja, o peptídeo beta-amiloide de 40 aminoácidos de extensão) é produzida em pequenas quantidades, enquanto há uma superprodução de A[beta]42, que é mais tóxico que A[beta]40, pois seu potencial de agregação é superior

Os níveis plasmáticos de peptídeos amiloides-β (Aβ) têm sido o foco principal da crescente literatura sobre biomarcadores sanguíneos. Embora deposições de origem amiloide (peptídeo Aβ) possam ser também detectadas em pequenas quantidades em cérebros de idosos sadios, a produção deste tipo de peptídeo é considerada central na patologia da DA.

Os níveis plasmáticos de amiloide ([beta]40 e 42) encontram-se aumentados em pessoas com mutações que causam doença de Alzheimer familiar de início precoce (DA).

Os plasmas A[beta]40 e A[beta]42 aumentam com a idade e estão fortemente correlacionados entre si. Os níveis plasmáticos de A[beta]40 e A[beta]42 estão elevados em alguns pacientes antes e durante os estágios iniciais da DA, mas diminuem posteriormente. Níveis plasmáticos elevados de A[beta]42 também podem estar associados à mortalidade em pacientes com DA.

A expectativa de vida tem aumentado nos últimos cem anos e como a idade avançada é o fator de risco mais importante.

A vitamina E, também conhecida como α-tocoferol, é um antioxidante e tem sido prescrita para tratar os sintomas cognitivos da DA.