Síndrome metabólica e o perigo para a sua saúde

Com o envelhecimento da população vem também o crescimento da síndrome metabólica, que costuma aumentar com o passar dos anos.

 

A American Heart Association (AHA) estimou que a síndrome metabólica se torne, em breve,  o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, à frente até mesmo do tabagismo. O aumento das taxas de obesidade também está relacionado ao aumento das taxas de síndrome metabólica.

De acordo com o National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI) e a AHA, o diagnóstico de síndrome metabólica é feito quando uma pessoa apresenta três ou mais desses fatores:

  • Aumento da circunferência da cintura que é a forma de obesidade mais fortemente ligada à síndrome metabólica;
  • Pressão arterial superior a 120 mm Hg para pressão sistólica (o número superior);
  • 80 mm Hg para a pressão diastólica (o número inferior).

Além desses fatores, também podem afirmar que a pressão alta está relacionada à obesidade e é frequentemente encontrada em pessoas com resistência à insulina, glicemia de jejum alterada, igual ou superior a 100 mg/dL, e níveis de triglicerídeos acima de 150 mg/dL (advindos do excesso de carboidratos da alimentação), baixo colesterol HDL (bom), menos de 40 mg/dL para homens e menos de 50 mg/dL para mulheres.

Outros fatores que podem contribuir para a síndrome metabólica incluem alterações genéticas na capacidade de uma pessoa de quebrar as gorduras (lipídios) no sangue, idade avançada e problemas na distribuição da gordura corporal.

A maioria das pessoas que tem síndrome metabólica tem resistência à insulina. O corpo produz insulina para mover a glicose (açúcar) para dentro das células para uso como energia. A obesidade é comumente encontrada em pessoas com síndrome metabólica, quando o corpo não consegue produzir insulina suficiente para superar a resistência insulínica e consequentemente o nível de açúcar no sangue aumenta, causando diabetes tipo 2. A síndrome metabólica pode ser o início do desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Como a síndrome metabólica e a resistência à insulina estão intimamente ligadas, acredita-se que a resistência ao hormônio possa ser uma causa da síndrome metabólica. Outros acreditam que as alterações hormonais causadas pelo estresse crônico levam à obesidade abdominal, resistência à insulina e aumento de lipídios no sangue (triglicerídeos e colesterol).

Conhecer os fatores de risco para qualquer doença ajuda na prevenção, os fatores de risco mais intimamente ligados à síndrome metabólica incluem: idade avançada, tabagismo, estresse, menopausa, dieta rica em gordura, estilo de vida sedentário, etnia, os afro-americanos e mexicanos-americanos são mais propensos a ter síndrome metabólica. As mulheres afro-americanas são cerca de 60% mais propensas do que os homens afro-americanos a ter a síndrome, íÍndice de massa corporal (IMC) maior que 25, o IMC é uma medida de gordura corporal comparada com altura e peso, história pessoal ou familiar de diabetes. Mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez (diabetes gestacional) ou pessoas que têm um membro da família com diabetes tipo 2 correm maior risco de síndrome metabólica e pessoas com resistência à insulina podem ter acantose nigricans, áreas de pele escurecida na parte de trás do pescoço, nas axilas e sob os seios.

 

Organizações especializadas desenvolveram critérios para diagnosticar a síndrome metabólica

 

Confira os critérios desenvolvidos para diagnosticar a síndrome metabólica, são eles:  critérios incluem: obesidade abdominal, IMC acima de 25, triglicerídeos alto, colesterol HDL baixo, pressão alta ou uso de medicamentos para baixar a pressão arterial, glicemia de jejum alta, resistência a insulina, aumento da coagulação do sangue.

O tratamento geralmente envolve mudanças no estilo de vida. Isso significa perder peso, trabalhar com um nutricionista para mudança na alimentação e prática de exercícios. Uma alimentação variada com gorduras saudáveis, poliinsaturadas e monoinsaturadas encontradas em nozes, sementes e alguns tipos de óleos, como oliva e cártamo. Inclusão de alimentos integrais que são ricos em nutrientes como fibras que contribuem para uma absorção mais lenta, diminuindo picos insulina, diminuindo fome e aumentando saciedade. As Diretrizes Dietéticas 2015-2020 do USDA recomendam que pelo menos metade de seus grãos sejam integrais, além da inclusão de frutas e vegetais.

De acordo com as Diretrizes Dietéticas 2015-2020, uma pessoa em uma dieta de 2.000 calorias por dia deve comer 2,5 xícaras de vegetais e 2 xícaras de frutas por dia. Esta quantidade irá variar dependendo da necessidade individual diária.

A exclusão ou diminuição dos industrializados ou a leitura dos rótulos com atenção é indicada. Se o rótulo diz que uma porção tem 150 calorias, mas o número de porções por recipiente é 3 e você come o recipiente inteiro, você está recebendo 450 calorias. Escolha alimentos com baixo teor de açúcar adicionado.

A perda peso aumenta o colesterol HDL (“bom”), reduz o colesterol LDL (“ruim”) e triglicerídeos, diminuindo a pressão arterial, aumentando a sensibilidade à insulina e diminuindo o risco de diabetes tipo 2.

Outras mudanças no estilo de vida incluem parar de fumar e reduzir o consumo de bebida alcóolica. Mudanças na dieta são importantes no tratamento da síndrome metabólica. De acordo com a AHA, o tratamento da resistência à insulina é a chave para alterar outros fatores de risco. Em geral, a melhor maneira de tratar a resistência à insulina é a perda peso e atividade física.

O exercício ajuda na perda de peso melhorando massa corporal magra e metabolismo, além de melhorar o emocional, reduzir o apetite, melhorar o sono, flexibilidade, reduzir pressão e o colesterol LDL.

Pessoas que têm síndrome metabólica que estão em risco podem se beneficiar com o uso medicamentos como tratamento para ajudar a baixar a pressão arterial, melhorar o metabolismo da insulina, diminuir o colesterol LDL e aumentar o colesterol HDL, aumentar a perda de peso ou alguma combinação destes. Principalmente se houver pouca ou nenhuma mudança no estilo de vida.

Como a síndrome metabólica aumenta o risco de desenvolver condições de longo prazo (crônicas) mais graves, é importante fazer o tratamento adequado para evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 além de Síndrome do ovário policístico (SOP), esteatose hepática (gordura no fígado), cálculos biliares de colesterol, asma, insônia, algumas formas de câncer.

Em alguns casos a cirurgia para perda de peso (cirurgia bariátrica) é um tratamento eficaz para a obesidade mórbida em pessoas que não conseguiram perder peso por meio de dieta, exercícios ou medicamentos. Também pode ajudar pessoas menos obesas, mas que têm complicações significativas.

Estudos mostraram que a cirurgia de bypass gástrico ajudou a reduzir a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal um ano após o procedimento.

A cirurgia para perda de peso pode ser feita de várias maneiras, mas todas são disabsortivas, restritivas ou uma combinação das duas. Os procedimentos de má absorção alteram a forma como o sistema digestivo funciona. Os procedimentos restritivos são aqueles que reduzem muito o tamanho do estômago. O estômago então retém menos comida, mas as funções digestivas permanecem intactas.

A melhor maneira de prevenir a síndrome metabólica é manter um peso adequado, dieta saudável com pouco sal, açúcares, gorduras e grãos refinados e ser fisicamente ativo.
A síndrome metabólica é uma condição vitalícia que exigirá mudanças no estilo de vida.