Indução de imunidade induzida

Relatos de diminuição de imunidade induzida pela vacina, fez com que pesquisadores realizassem uma pesquisa em Israel no período de predominância da variante Delta.

Este estudo publicado em 25 de agosto de 2021 comparou a imunidade natural do SARS-CoV-2 com a imunidade induzida pela vacina. 

A estudo comparou 3 grupos: indivíduos não infectados anteriormente com 2 doses da vacina, indivíduos infectados sem nenhuma dose de vacina e indivíduos infectados com uma dose de vacina.

Observaram que o risco era maior em indivíduos vacinados com 2 doses e não infectados anteriormente, inclusive com maior risco de hospitalização, evidenciando a diminuição da imunidade natural.

A conclusão do estudo foi que a imunidade natural confere maior duração e mais forte proteção contra a variante Delta em comparação a 2 doses da vacina. Indivíduos anteriormente infectados e posteriormente vacinados com uma dose da vacina contam com uma proteção adicional contra a variante Delta. 

Um outro estudo avaliou 3 grupos: indivíduos totalmente vacinados com 2 doses de Pfizer e não infectados anteriormente, indivíduos infectados anteriormente e não vacinados e indivíduos infectados anteriormente e vacinados com 1 dose de Pfizer.

Cada grupo tinha 16.215 participantes com características demográficas semelhantes como renda familiar, qualificação educacional, aglomeração, e se possui carro e informações retiradas do banco de dados MHS, que é o segundo maior centro de saúde informatizado e abastecido com informações médicas dos indivíduos como IMC, e doenças crônicas como hipertensão, Diabetes, doença cardiovascular, DPOC, além de câncer e doença renal crônica.

Nos 3 grupos foram avaliados imunidade natural versus imunidade induzida.

No grupo 1 foi avaliado indivíduos previamente infectados versus vacinados com correspondência de tempo para reinfecção, foram 16.215 pessoas avaliadas, 257 casos de infecção, 238 vacinados e 19 previamente infectados. No grupo 2 indivíduos previamente infectados versus vacinados sem correspondência de tempo da primeira infecção (reinfecção), 748 de infecção, 640 vacinado e 108 infectado anteriormente. No grupo 3 foi avaliado indivíduos previamente infectados versus vacinado previamente infectado.

Em todos os modelos além da idade maior ou igual a 60 anos, não houve evidência estatística de que qualquer uma das comorbidades citadas (HAS, DPOC, DCV, Diabetes, DRC, câncer).

Este é o maior estudo observacional do mundo real em que se compara a imunidade natural adquirida através da infecção do SARS-CoV -2 a imunidade induzida pela vacina RNAm BNT 162b2.

Este estudo demonstra que os vacinados tiveram um aumento do risco de infecção com a variante Delta em comparação com os indivíduos previamente infectados, com risco aumentado para quadros sintomáticos e internação. 

Indivíduos previamente infectados parecem ganhar imunidade adicional com a dose única da vacina.

O estudo sugere a hipótese de que a proteção vantajosa da imunidade natural é explicada pela resposta imune mais extensa do SRA-COV – 2  do que as geradas pela ativação da resposta imune a proteína SPIKE adquirida pela  vacina.

Porém o estudo possui várias limitações como ter sido feito em Israel onde a Delta era dominante no período, ter sido feito somente com a vacina Pfizer, não englobando outras vacinas e nem a terceira dose, não foi utilizado a triagem de PCR não foi utilizada pelo protocolo, podendo estar subestimando infecções assintomáticas, já que muitos indivíduos não fizeram o teste, além das diferenças entre grupos como idade, sexo, região de residência, distanciamento social e uso de máscaras.

A conclusão demonstrada no estudo foi que a imunidade natural proporciona maior duração e mais forte proteção contra infecção, sintomas e hospitalizações em comparação a vacina (2 doses). Indivíduos que já tiveram sido infectados e com uma dose da vacina ganharam proteção adicional contra a variante Delta. Ainda é desconhecido a proteção a longo prazo fornecida pela terceira dose.