Bisfenol A e o risco aumentado de câncer e outras patologias

O bisfenol A (BPA) é utilizado na produção de plásticos e resinas e pode ser nocivo para a saúde

 

O Bisfenol A (BPA) é um composto utilizado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina usada na produção da maioria dos plásticos. O BPA também está presente na resina epóxi, utilizada na fabricação de revestimento interno de latas que acondicionam alimentos para evitar a ferrugem e prevenir a contaminação externa. Segundo os pesquisadores, o componente tem similaridade com hormônio feminino estrogênio.

Bisfenol A ou BPA pertence a produtos químicos que são produzidos em grandes quantidades em todo o mundo.

As principais fontes de exposição ao BPA incluem embalagens de alimentos, mas também encontramos em materiais odontológicos, equipamentos de saúde, brinquedos, utensílios de cozinha e também em tampas de potes. Existem várias vias de exposição humana a esta substância como a oral, por inalação e transdérmica.  O BPA é metabolizado no fígado para formar bisfenol A glicuronídeo e principalmente nesta forma é excretado na urina.

Devido à sua estrutura fenólica, o BPA interage com os receptores de estrogênio e age como agonista ou antagonista através das vias de sinalização dependentes do receptor de estrogênio (ER), desempenhando um papel na patogênese de vários distúrbios endócrinos, incluindo infertilidade feminina e masculina, puberdade precoce, tumores dependentes de hormônios, como câncer de mama e próstata, obesidade e vários distúrbios metabólicos, incluindo síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Altos níveis de BPA foram recentemente correlacionados com obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, ovário policístico (SOP) e baixa contagem de espermatozóides.

Desde o dia 1º de janeiro de 2012, está proibida a venda de mamadeiras ou outros utensílios para lactentes que contenham a substância Bisfenol-A (BPA). A determinação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e baseada em estudos que apontam possíveis riscos decorrentes da exposição ao BPA.

De acordo com a Anvisa, a decisão foi baseada em estudos que indicam que a substância pode ser cancerígena, causar problemas hormonais cardíacos, além do fato de que o sistema de eliminação da substância pelo corpo humano não é muito desenvolvido em crianças de zero a 12 meses.

Em 2010, a SBEM-SP lançou a campanha “Diga não ao bisfenol A, a vida não tem plano B”, com o objetivo que a substância fosse banida de produtos infantis e de embalagens de alimentos.

Estudos sugerem que, ao entrar em contato com o organismo humano, principalmente durante a vida intrauterina, a substância pode afetar o sistema endócrino, aumentando ou diminuindo a ação de hormônios naturalmente produzidos pelo corpo humano, trazendo danos à saúde, como infertilidade, modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos, endometriose e câncer.

Para evitar a Exposição ao Bisfenol A

1 – Não aqueça em microondas bebidas e alimentos acondicionados em potes plásticos. O bisfenol A é liberado em maiores quantidades quando o plástico é aquecido.

2 – Evite pratos, copos e outros utensílios de plástico. Opte pelo vidro, porcelana e aço inoxidável na hora de armazenar bebidas e alimentos.

3 – Evite levar ao freezer alimentos e bebidas acondicionadas em plásticos. A liberação do composto é mais intensa quando há um resfriamento do plástico também.

4 – Caso utilize embalagens plásticas para acondicionar alimentos ou bebidas, evite aquelas que tenham os símbolos de reciclagem com os números 3 e 7 no seu interior e na parte posterior da embalagem. Eles indicam que as embalagens contem ou pode conter o BPA na sua composição.

5 –Evite o consumo de alimentos e bebidas enlatadas, pois o bisfenol é utilizado como resina epóxi no revestimento interno das latas.

6 – Evite mamadeiras de plástico, use mamadeiras e utensílios de vidro ou BPA free para os bebês.

Fontes:

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23994667/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23796010/

https://www.sigmaaldrich.com/BR/pt/tech-docs/paper/313831