PERDA COGNITIVA PÓS COVID-19 É SIMILAR A 20 ANOS DE ENVELHECIMENTO, SUGERE ESTUDO
Avaliação de QI de pacientes seis meses após alta do COVID-19 identificou piora semelhante aos sintomas de demência
O coronavírus (COVID-19) é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2.
Diversos estudos mostraram como a Covid-19 pode ser uma doença com efeitos em todo o corpo, não só respiratórios. A maioria das pessoas que adoecem em decorrência da COVID-19 apresenta sintomas leves a moderados e se recupera sem tratamento especial. No entanto, algumas desenvolvem um quadro grave e precisam de atendimento médico.
Após anos de pandemia e muitos estudos verifica-se inúmeros sintomas e sequelas deixadas pela COVID. O coronavírus tem provocado sintomas tardios como dificuldade de atenção, perda de memória, problemas com a compreensão, déficits no raciocínio e na execução de tarefas comuns do dia a dia, além de efeitos neurológicos pós-Covid-19, de dificuldades de sono, estresse, ansiedade, depressão, perda de memória e sensação de ‘brain fog’ ou ‘névoa cerebral’ (que engloba dificuldade de concentração, confusão mental e fadiga cerebral, entre outros sintomas) que já foram descritos como possíveis sequelas da doença, tornando os pacientes menos precisos e mais lentos do que pessoas que não contraíram a doença com sintomas mais fortes em pessoas que precisaram ser internadas principalmente aqueles que fizeram o uso de ventilação mecânica, e mais leves em pessoas que não foram internadas.
A perda cognitiva que pode ocorrer de seis a dez meses após a alta hospitalar por Covid-19 é semelhante à de um envelhecimento natural de 20 anos. A mesma deficiência cognitiva equivale a uma perda de dez pontos de QI, segundo a pesquisa feita por cientistas da Universidade de Cambridge e do Imperial College de Londres.
Os pesquisadores avaliaram o funcionamento cognitivo utilizando uma ampla gama de testes neuropsicológicos validados para atenção, memória de trabalho, velocidade de processamento, linguagem, função executiva e outras medidas cognitivas. Eles também compararam os resultados de pacientes com Covid-19 tratados em hospitais e unidades de terapia intensiva com aqueles tratados em ambiente ambulatorial.
Enfatizaram que o padrão é dificuldade de organizar informações em vez de verdadeira perda de memória. Em análises ajustadas, os pacientes hospitalizados eram mais propensos a ter prejuízos na atenção, funcionamento executivo, fluência de categoria, codificação e recuperação de memória.
Fonte:
Teste neuropsicológico confirmam déficits cognitivos pós-Covid-19