Câncer de intestino: entenda um pouco sobre um dos tipos mais comuns da doença

Exames que auxiliam o diagnóstico precoce tem se mostrado ótimos meio de prevenção para o câncer de intestino 

O câncer de intestino (neoplasias colorretais) constitue a terceira neoplasia (câncer) mais comum dentre os tipos conhecidos.  Com incidência em variadas populações, ele ocorre em 90% dos casos em pessoas com mais de 50 anos e representa importante letalidade, configurando cera de 10% a 20% de todos os óbitos por neoplasias com índice de sobrevida inferior a 40%, perdendo apenas para o câncer de pulmão e o de mama. Apesar do risco ser maior em mulheres acima de 50 anos, o rastreamento com colonoscopia deve começar a partir dos 45 anos, ou antes, dependendo do histórico familiar. A orientação é repetir o exame a cada cinco anos conforme histórico familiar, sintomas, diagnósticos e orientação médica.

Apesar dos aperfeiçoamentos no diagnóstico e no tratamento do câncer colorretal, as taxas persistem quase inalteradas, com discreta redução nos índices de mortalidade.
Dentre os principais sintomas de câncer de cólon estão sangue nas fezes, dor abdominal, dor ao evacuar, mudança do ritmo intestinal, mudanças no apetite e perda de peso inexplicável. Embora os sintomas do câncer de cólon sejam normalmente os mesmos entre homens e mulheres, de acordo com a revista americana Healthline, alguns podem ser facilmente confundidos com sintomas do ciclo menstrual, incluindo cólicas abdominais, falta de energia e fadiga excessiva. Ao menor sinal desses sintomas, as mulheres devem conversar com seu médico, principalmente se eles não estiverem relacionados ao ciclo ou se os sentirem pela primeira vez, mesmo durante o ciclo.

A menopausa é outro fator importante que merece atenção. A idade média para o diagnóstico é por volta dos 50 anos, período em que ocorre o aumento da incidência da maioria dos cânceres em geral. Por isso, nos anos de climatério (aqueles que antecedem a menopausa) é fundamental manter a rotina médica em dia. O grande problema é que, na maioria das vezes, o câncer de cólon inicialmente é assintomático, podendo ser detectado apenas em um exame de rotina. Estudos enfatizam ainda que a necessidade de exames preventivos é de extrema importância, pois os sintomas normalmente só aparecem depois que o câncer de cólon já se espalhou.

Exames genéticos, o exame de microbioma fetal, dentre outros realizados no Lach Laboratório são aliados fundamentais na prevenção e diagnóstico precoce da doença.

 

Câncer de intestino: novos estudos a respeito da doença acendem uma luz de esperança

Nos Estados Unidos, a atriz norte-americana Kirstie Alley, 71 anos, faleceu em decorrência da doença. Segundo a família da atriz, ela só descobriu o diagnóstico pouco antes de morrer.

O fato ajudou a lançar luz sobre um tema que reforçou a importância da detecção precoce da doença, o mesmo tipo de tumor que foi diagnosticado no ex-jogador de futebol Pelé. Outro caso que podemos usar de exemplo é o da apresentadora Ana Maria Braga, ocorrido em 2001, no qual ela foi diagnosticada com um câncer no reto em estágio 3 e conseguiu se curar da doença.

Contudo desde meados dos anos 90, o número de novos casos vem aumentando entre adultos abaixo desta idade, de acordo com o Fight CRC, organização americana de defesa do câncer colorretal que aumenta a conscientização sobre a importância da detecção precoce.

A boa notícia é que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura, já que a doença é detectada e tratada precocemente antes de se espalhar para fora do intestino.

Ainda segundo o Fight CRC, 25% das pessoas diagnosticadas com a doença têm histórico familiar de câncer colorretal. Se este for o caso, deve-se iniciar o rastreamento 10 anos antes de seu parente afetado mais jovem ser diagnosticado. Após uma triagem inicial, uma colonoscopia provavelmente será necessária a cada cinco anos.

Nas tentativas de estabelecimento de diagnóstico precoce e melhor tratamento destacam-se os marcadores tumorais, produtos moleculares secretados por tecido neoplásico, detectáveis em células e fluidos orgânicos. São capazes de indicar presença, extensão, resposta ao tratamento e presença de recorrência da neoplasia.

Anteriormente, considerava-se como “marcador” qualquer substância capaz de ser detectada em soro periférico de determinado paciente possuidor de neoplasia. Atualmente, componentes teciduais, inclusive genéticos, são marcadores capazes de definir diferentes prognósticos e distintas condutas terapêuticas para cada caso. Os marcadores teciduais não têm a capacidade que os plasmáticos possuem de determinar diagnóstico ou de indicar recidiva do processo tumoral.

De acordo com o diagnóstico utiliza-se a conduta terapêutica mais adequada, além dos tratamentos farmacológicos o estilo de vida saudável. A alimentação e a prática de atividade física são fundamentais para a prevenção, tratamento e melhora as condições de vida do paciente e na recidiva da doença.

Ter uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, leguminosas, rica em fibras, com boa quantidade de água evitando os alimentos ultraprocessados, prontos para consumo, além de bebidas adoçadas açucaradas como refrigerantes e sucos de caixa, álcool e cigarro contribuem para a  prevenir o câncer de intestino e ter um estilo de vida saudável.

Os marcadores no Câncer Colorretal são CEA, CA 242, CA 19-9, CA72-4, Citoqueratinas, p53, VEGF, entre outros são utilizados para o diagnóstico de câncer colorretal, dosados no soro periférico ou nos tecidos do paciente. Estudos clínicos não demonstraram até o momento marcador perfeitamente eficaz, no entanto, é possível que o marcador ideal se encontre entre as substâncias em estudo.

O CEA descoberto na década de 1960, determinado em amostras de soro periférico, constitui o marcador mais utilizado na prática clínica nas neoplasias colorretais. Pouco efetivo no diagnóstico do câncer colorretal, por sua baixa sensibilidade em lesões iniciais, tem utilidade no estabelecimento de índices prognósticos e destaque no seguimento dos pacientes após tratamento cirúrgico pretensamente curativo, promovendo por vezes detecção precoce de recidiva tumoral.

Sua sensibilidade no diagnóstico da lesão é entre 20% e 40% , no entanto, sua sensibilidade no seguimento pós-operatório dos pacientes, para detecção de recidivas coloretais ou hepáticas, pode ultrapassar 90%.

O CA 242, CA 19-9, CA72-4 tem sensibilidade no diagnóstico do câncer colorretal em 30%  e têm utilização em amostras séricas associados ao CEA, atingem sensibilidade de aproximadamente 50% a 60%, com certo valor na determinação de índices prognósticos e detecção de recidivas tumorais.

As Citoqueratina são constituintes da arquitetura estrutural da membrana celular, estando aumentadas em soro periférico na vigência de processos neoplásicos e sendo passíveis de detecção. Sua sensibilidade geral oscila entre 60% e 70% no diagnóstico do adenocarcinoma colorretal. Tem razoável especificidade para processos neoplásicos, no entanto, positiva-se em tumores de outros sítios, tais como ovário, pulmão, próstata e mama. Estudos sobre citoqueratinas como marcadores encontram-se em fase de desenvolvimento inicial.

O marcador p53 na existência de defeitos genéticos celulares, o gene p53 pode promover o retardo da divisão celular para permitir o reparo dos genes ou pode induzir a ocorrência de apoptose (morte celular programada), na vigência de defeitos não passíveis de correção.
O marcador, apesar de promissor, apresenta deficiências conceituais e decorrentes de variantes biológicas imprevisíveis. Além disso, a formação de anticorpos contra a proteína alterada p53 é inconstante e a dosagem de tais anticorpos em soro periférico em estudos atuais é variável e obteve sensibilidade inferior a 30%.

As neoplasias, em seu processo de crescimento, secretam substâncias estimulantes do crescimento vascular que, por sua vez, originam vasos sanguíneos responsáveis pela nutrição dos tecidos tumorais. Tais substâncias são passíveis de detecção em soro periférico. Não serão, no entanto, específicas para tumores de cólon e de reto, pelo fato de a produção do VEGF ocorrer em diversos processos neoplásicos, encontra-se, em investigação inicial, com sensibilidade na etapa de diagnóstico por volta de 50%. O marcador VEGF ou “fator de crescimento vascular endotelial” (vascular endothelial growth factor).

Após diagnóstico, tratamento com mudanças de estilo de vida os pacientes devem fazer exames periódicos pelo menos durante sete anos a partir do tratamento inicial podendo prolongar este período para que não haja recidiva da doença.