Atenção ao uso de benzodiazepina!

De acordo com pesquisa, o uso de benzodiazepina a longo prazo leva a deficiências cognitivas sérias

 

Remédios usados para tratar insônia e ansiedade como os benzoadipinos (Diazepam, Valium, Ducene) e triazolam (Halcion) foram relacionados ao declínio cognitivo, demência, transtorno bipolar e dependência física se em uso prolongado, mas sendo considerados seguro e eficazes no uso em curto prazo de acordo com pesquisa realizada por Mario Dorostkar, do Centro de Neuropatologia e Pesquisa de Prions da LMU e do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE).

Os benzodiazepínicos (BDZs) aumentam a eficácia do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) no receptor GABA-A de modo a induzir propriedades sedativas, hipnóticas, ansiolíticas, anticonvulsivantes e relaxantes musculares.

A associação entre o uso de benzodiazepínicos e o desenvolvimento de demência é um grande motivo de preocupação, dada a prevalência do uso de benzodiazepínicos entre idosos. Por isso, a prescrição de benzodiazepínicos para idosos deve ser cuidadosamente prescrita.

Mario Dorostkar foi um dos principais pesquisadores de um estudo com animais, publicado na Nature Neuroscience, que demonstrou que o ingrediente ativo dos benzodiazepínicos resulta na perda de conexões neurais no cérebro.

O tratamento em longo prazo com Diazepam aumenta o envolvimento da espinha microglial e prejudica o desempenho cognitivo através da proteína translocadora mitocondrial de 18 kDa (TSPO)

Cientistas administraram uma dose diária indutora do sono do benzodiazepínico (Diazepam) em camundongos, depois de várias semanas, eles descobriram que os camundongos sofreram perda de sinapse e comprometimento cognitivo. Quando o tratamento com o remédio foi interrompido, o efeito persistiu por algum tempo, mas foi finalmente reversível.

Parece que em um curto período de tempo esse comprometimento cognitivo se torna reversível ao cessar o tratamento, porém liga-se um alerta para o uso prolongado dessas medicações em caso de pacientes com risco de demência embora estudos só tenham sido feito em camundongos.

Devido ao efeito do uso prolongado de benzodiazepínicos na cognição, várias alternativas estão disponíveis, isso inclui medicamentos com diferentes mecanismos de ação, bem como abordagens comportamentais, dependendo do paciente. Embora os médicos ainda possam prescrever benzodiazepínicos e outros medicamentos para ansiedade e insônia, outras opções de tratamento estão disponíveis. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de terapia de fala destinada a mudar a maneira como uma pessoa pensa e se comporta, para ajudar a reduzir os sintomas de várias condições de saúde mental, incluindo transtornos de ansiedade e o a opção de outras drogas no tratamento de ansiedade e distúrbios do sono que não tenham afinidade de ligação com a proteína translocadora (TSPO) sempre que possível.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma boa higiene do sono inclui várias etapas e pode ajudar no controle. No tratamento alternativo e/ou concomitante é indicado diminuir o consumo de bebidas cafeinadas, principalmente após 16 horas, praticar atividade regular e exercício físico. Além disso, é recomendável uma rotina e higiene do sono consistente (ir para a cama no mesmo horário todas as noites e acordar no mesmo horário todas as manhãs, inclusive nos fins de semana), dormir no quarto escuro a uma temperatura confortável e sem aparelhos de TVs, smartphones e outros dispositivos eletrônicos do quarto.

 

Fontes:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6325366/

https://www.verywellmind.com/long-term-benzodiazepine-use-causes-cognitive-impairment-study-finds-5222490

https://www.dementia.org.au/sites/default/files/helpsheets/Helpsheet-DementiaQandA25_Benzodiazepines_english.pdf

https://neurosciencenews.com/cognition-benzodiazepine-20141/